A bunda, que engraçada.
Está sempre sorrindo, nunca é trágica.
Não lhe importa o que vai
pela frente do corpo. A bunda basta-se.
Existe algo mais? Talvez os seios.
Ora - murmura a bunda - esses garotos
ainda lhes falta muito que estudar.
A bunda são duas luas gêmeas
em rotundo meneio. Anda por si
na cadência mimos, no milagre
de ser duas em uma, plenamente.
A bunda se diverte
por conta própria. E ama.
Na cama agita-se. Montanhas
avolumam-se, descem. Ondas batendo
numa praia infinita.
Lá vai sorrindo a bunda. Vai feliz
na carícia de ser e balançar.
Esferas harmoniosas sobre o caos.
A bunda é a bunda,
redunda.
Carlos Drummond de Andrade
Foi o único poema que me chamou atenção (ainda) do livro que a mãe me deu.
Quando se vive na merda
-
Tu pode ter os melhores sapatos,
Do mais fino couro
Cobertos de merda
Tu pode ter o mais soberbo terno italiano
A mais lustrosa gravata
Cobertos de merda
Tu...
Há 13 anos
Um comentário:
E depois dizem que escritores modernistas [ou seria pré?], são quadrados...
¬¬
Quer coisa mais redonda do que BUNDA?
xD
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