segunda-feira, 26 de maio de 2008

Sinal dos tempos...

Outro dia fui esquentar uma comida e, quando me dei por conta, estava digitando a senha do msn no forno de microondas, "Calma", pensei comigo mesmo, "vamos com calma". As coisas estão ficando muito complexas e aceleradas para a minha cabeça.
No banco, além de números de agência e conta, tem uma senha eletrônica e outra para o cartão, que por sua vez, tem outro número de cinco digitos que é preciso decorar. Só ai são cinco sequências de números que, por motivo de segurança, não devem repetir data de nascimento, telefone e placa de carro.
Minha cabeça não está conseguindo registrar tudo que precisa. O CPF eu sei, mas o RG volta e meia tenho que dar uma conferida.
Cartão de crédito é um inferno (embora ainda não tenha). Tem um número quilométrico e uma senha especiar para sacar dinheiro em caixa eletrônico. O pior é quando se precisa falar com alguém sobre a sua fatura. 0800 e alguma coisa.
"Bem- vindo à central de atendimento do cartão tal. Sua ligação é muito importante para nós. Sé você já é cliente, digite 2, se ainda não é cliente, digite 3... Digite pausadamente o número de seu cartão."
Aí você tem que desligar, procurar o cartão e voltar à via-crúcis.
Número de telefone, então, virou uma praga. Celular tem o meu, o do meu pai, da minha mãe e o da minha irmã. Por isso inventaram o telefone com memória, que serve para lembrar aquilo que a gente naturalmente não tem condições de armazenar. Mas acontece que nunca está por perto quando mais se necessita.
Telefone celular é uma das pragas do nosso tempo. As pessoas falam em qualquer lugar como se estivessem em casa. É constrangedor, porque certas conversas são muito íntimas e nós não gostaríamos de estar participando. "Meu amor, já passaram cinco dias e ainda não menstruei!" Isso dentro de um elevador lotado.
Mas quem sabe a vida não está me reservando algumas supresas agradáveis com toda essa modernidade?

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